Skip to main content

Secret Strike



Os vídeos de Alicia Framis, disponíveis até 10 de Setembro no CGAC (Santiago de Compostela), congela-nos (a nós, espectadores) perante a apresentação de um discurso claro e de leitura livre sobre o Trabalho. Espectadores da nossa própria condição de humanos inseridos num esquema laboral.

Alicia Framis (Barcelona, 1967), propõe uma sequência de vídeos intitulados “Secret Strike”, focando ambientes quotidianos de um banco (Bank Nederlands -2004), uma fábrica (Inditex - 2006), ou um museu (Tate Modern - 2006 e Van Gogh Museum -2006).

Ocupando uma boa parte do magnífico edifício de Siza Vieira, a simultaneidade da exibição dos diferentes trabalhos e a possibilidade que o visitante tem de espreitar mais do que uma tela em salas distintas, evidencia a pluralidade das nossas vidas colectivas. Um simulacro de omnipresença num banco e numa fábrica, mostra a disparidade de realidades vividas no mesmo instante, por seres diferentes.

O conceito âncora para os diferentes projectos é extremamente simples. Num determinado instante de pura normalidade laboral para cada um dos cenários escolhidos, é congelado o movimento dos funcionários. Paralisados como trabalhador - estátua nesse instante, percorre em travelling a câmara de AF o espaço circundante e continua em segundo plano a desenrolar-se com toda a normalidade "a vida" não humana - o movimento repetitivo ou cíclico das máquinas, o som ambiente, ... . Com a interrupção do seu trabalho, o papel de cada personagem é-nos revelado com toda a eficácia. Pessoas paradas (quase fotografadas) contra um fundo em movimento torna fácil, divertida e eficaz a leitura do papel de cada um no seu meio laboral.

A simplicidade do conceito e a facilidade de leitura eleva a obra de Alicia Framis. Surpreendente o resultado. As questões sobre cada um dos papeis são levantadas de imediato por cada espectador, ficando em causa a nossa própria relação com o mundo do trabalho. Estátuas ou máquinas? Em boa verdade, é este o papel da Arte.


22 JUN - 10 SET 2006

CGAC - CENTRO GALEGO DE ARTE CONTEMPORÁNEA
Rúa Valle Inclán
15704 SANTIAGO DE COMPOSTELA

Comments

Popular posts from this blog

The Clockworks, Mayday Mayday

Mayday Mayday, the latest from The Clockworks, a four-piece Irish post-punk band from Galway, Ireland, now based in London. Formed in 2019, the band consists of James McGregor (vocals and guitar), Sean Connelly (guitar), Damian Greaney (drums), and Tom Freeman (bass).  One of the most exciting new bands in the post-punk scene, a blend of indie rock and garage rock, with driving guitars and catchy melodies, currently working on their debut album. The Clockworks are a young band with a lot of potential, helping to bring Irish rock back to the forefront. Stay tuned!   

Iain McKell, "New Gypsies"

"Historically despised the new Gypsies are there by choice, not heritage. Unrelated to the Roma, the movement began in 1986 when a group of Post-Punk Anti-Thatcher protesters headed out of London into the English countryside. McKell followed these New Age Travellers to the West Country and over the years he watched them become a hybrid tribe - the new gypsies - present-day rural anarchists, living the subversive lifestyle in elaborately decorated horse-drawn caravans." Iain McKell, "New Gypsies"

New Order - Video 5-8-6 [Extended 22:23 version]

“Video 5 8 6” is a song originally composed as “pap” (as Tony Wilson put it) for the opening night of the Haçienda on May 21, 1982. Parts of this pearl would become the basis for the Power, Corruption & Lies tracks “5 8 6” and “Ultraviolence”, as well as the associated 12-inch single “Blue Monday”.