Paulo Ribeiro e o fim do Ballet Gulbenkian
"Tudo o que me indignou no que respeita à forma como eliminaram [o Ballet Gulbenkian] um projecto tão importante e estruturante para o país não prejudica a sua natureza visionária. É claro que a gravíssima situação que vivemos foi antecipada. O desastre na falta de investimento na actividade e criação cultural, a falta de solidariedade, a indiferença , sobretudo, do próprio meio da dança, a premente internacionalização e exportação dos nossos melhores quadros , tudo isto tinha sido previsto. Devemos ainda colocar a questão: quem realmente beneficiou com esta operação? A cena da dança independente, à qual foram feitas promessas? Ficou diferente? Porque pelo que vejo hoje em dia está mais moribunda do que nunca! Existe alguma companhia que viva melhor, se internacionalize mais, possa trabalhar com intérpretes mais especiais? Não há dúvida que a fundação mantém intacta a sua visão do futuro, o problema é que nos habituámos a acompanhá-la como uma incansável lutadora por um futuro...